Caro
Aluno, boa noite!
Sinta-se
convidado a
acessar este blog sempre que for de sua vontade ou simples
curiosidade.
A
postagem desta noite é uma sequência da publicação do dia
10/08/2015, em que incluí no blog uma Análise sobre Vestido de
Noiva, uma peça teatral escrita e publicada por Nelson Rodrigues. Se
você acompanha o nosso blog, então deve saber que essa análise é
o resultado de uma avaliação que me foi aplicada enquanto eu ainda
cursava o 4º ano de Letras. Então, para dar continuidade aos nossos
estudos e retomadas de conteúdo, seguirei tecendo comentários sobre
o Causo
de Maria Mutema, presente em Grande Sertão: Veredas de João
Guimarães Rosa,
que também foi uma das questões presentes na minha
prova.
O
Causo de Maria Mutema é apenas mais um dentre os inúmeros causos
narrados em O Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa, que
conta a história de uma mulher que matou o próprio marido,
aparentemente sem motivo algum e que depois, passou a frequentar a
igreja regularmente.
Maria
Mutema também fez com que o padre da igreja acreditasse que ela
havia matado o marido por amor a ele (o padre). Desta forma, o pobre
homem se atormenta tanto com a culpa e o temor a Deus, que também
acaba morrendo de desgosto.
Outro
padre chega para assumir a igreja e logo sente, que Maria Mutema
carregava consigo um pecado muito forte, com o qual, dois defuntos
estavam envolvidos. Assim, o ele
encaminha Maria Mutema para o cemitério e lá, ela se arrepende
verdadeiramente
e a partir disso, passa toda a sua vida orando e se arrependendo e de
acordo com a narrativa, para alguns, Maria Mutema até virou santa.
Esse
causo exemplifica os questionamentos de Riobaldo sobre a existência
e também sobre o mal. (Se você, leitor do nosso blog, não sabe ou
não se lembra, Riobaldo é o narrador-protagonista de Grande Sertão:
Veredas, um jagunço!)
Riobaldo
é um grande questionador, pois possui uma sede quase insaciável de
entender a vida e tudo a cerca dela. São os questionamentos de
Riobaldo em torno do bem e do mal, além da curiosidade sobre a razão
pela qual algumas pessoas se sentem inclinadas a fazer o mal sem
motivos que tornam
esta obra interativa,
provocando
no leitor a necessidade de interagir com o texto, seja levantando
hipóteses ou inferindo respostas plausíveis.
Analisando a linguagem empregada no texto, podemos dizer que a ambiguidade é uma marca presente na narrativa desde o início até o fim. Assim, para Rosenfield, a metáfora da travessia confere maior sentido ao texto, de forma que essa travessia se dá na construção de um espaço físico geográfico criado a partir da cadência e da perfeita seleção das palavras, que criam uma certa musicalidade, representando o universo mágico criado por Guimarães Rosa. Desta forma, realizar a travessia proposta no enredo significa perceber a complexidade do espaço geográfico e decifrar a linguagem poética empregada na obra.
A ambiguidade também está presente na construção dos personagens que ora são maus e ora são bons, assim como todo ser humano, os personagens também precisam encontra dentro de si o seu próprio sertão. Neste sentido, vale lembrar que nada no livro é dito ou afirmado, mas deve ser subentendido durante a leitura, já que é justamente a incerteza e a dúvida que sustentam a narrativa do princípio ao fim.
Analisando a linguagem empregada no texto, podemos dizer que a ambiguidade é uma marca presente na narrativa desde o início até o fim. Assim, para Rosenfield, a metáfora da travessia confere maior sentido ao texto, de forma que essa travessia se dá na construção de um espaço físico geográfico criado a partir da cadência e da perfeita seleção das palavras, que criam uma certa musicalidade, representando o universo mágico criado por Guimarães Rosa. Desta forma, realizar a travessia proposta no enredo significa perceber a complexidade do espaço geográfico e decifrar a linguagem poética empregada na obra.
A ambiguidade também está presente na construção dos personagens que ora são maus e ora são bons, assim como todo ser humano, os personagens também precisam encontra dentro de si o seu próprio sertão. Neste sentido, vale lembrar que nada no livro é dito ou afirmado, mas deve ser subentendido durante a leitura, já que é justamente a incerteza e a dúvida que sustentam a narrativa do princípio ao fim.
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