quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Olá alunos!

Sintam-se convidados a visitarem este blog sempre que quiserem.

          Hoje separei algumas imagens, para que vejam como o processo de leitura e construção de sentido é complexo e envolve uma gama de fatores aos quais devemos prestar atenção.
         Como sabemos, o texto é uma unidade de sentido e pode se dar na forma falada, escrita ou por meio de imagens. Ele ainda pode ser o resultado da junção de figuras e escrita, de forma que é preciso estabelecer relações entre elas para que possamos interpretar.
         É importante ressaltar que para a compreensão global de um texto, devemos considerar os conhecimentos linguísticos e a cultura do leitor, além das intenções do autor, já que o texto é a manifestação linguística das ideias daquele que escreve.

           Observe as imagens abaixo e teça comentários sobre elas. Ouça o que o professor tem a dizer e anote no caderno tudo o que for necessário.


(Obs. Clique na imagem para ampliá-la)


























terça-feira, 11 de agosto de 2015


Uma Análise sobre o Causo de Maria Mutema presente em Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa

Caro Aluno, boa noite!

Sinta-se convidado a acessar este blog sempre que for de sua vontade ou simples curiosidade.

          A postagem desta noite é uma sequência da publicação do dia 10/08/2015, em que incluí no blog uma Análise sobre Vestido de Noiva, uma peça teatral escrita e publicada por Nelson Rodrigues. Se você acompanha o nosso blog, então deve saber que essa análise é o resultado de uma avaliação que me foi aplicada enquanto eu ainda cursava o 4º ano de Letras. Então, para dar continuidade aos nossos estudos e retomadas de conteúdo, seguirei tecendo comentários sobre o Causo de Maria Mutema, presente em Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa, que também foi uma das questões presentes na minha prova.

          O Causo de Maria Mutema é apenas mais um dentre os inúmeros causos narrados em O Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa, que conta a história de uma mulher que matou o próprio marido, aparentemente sem motivo algum e que depois, passou a frequentar a igreja regularmente.
Maria Mutema também fez com que o padre da igreja acreditasse que ela havia matado o marido por amor a ele (o padre). Desta forma, o pobre homem se atormenta tanto com a culpa e o temor a Deus, que também acaba morrendo de desgosto.
          Outro padre chega para assumir a igreja e logo sente, que Maria Mutema carregava consigo um pecado muito forte, com o qual, dois defuntos estavam envolvidos. Assim, o ele encaminha Maria Mutema para o cemitério e lá, ela se arrepende verdadeiramente e a partir disso, passa toda a sua vida orando e se arrependendo e de acordo com a narrativa, para alguns, Maria Mutema até virou santa.
Esse causo exemplifica os questionamentos de Riobaldo sobre a existência e também sobre o mal. (Se você, leitor do nosso blog, não sabe ou não se lembra, Riobaldo é o narrador-protagonista de Grande Sertão: Veredas, um jagunço!)


           Riobaldo é um grande questionador, pois possui uma sede quase insaciável de entender a vida e tudo a cerca dela. São os questionamentos de Riobaldo em torno do bem e do mal, além da curiosidade sobre a razão pela qual algumas pessoas se sentem inclinadas a fazer o mal sem motivos que tornam esta obra interativa, provocando no leitor a necessidade de interagir com o texto, seja levantando hipóteses ou inferindo respostas plausíveis.
           Analisando a linguagem empregada no texto, podemos dizer que a ambiguidade é uma marca presente na narrativa desde o início até o fim. Assim, para Rosenfield, a metáfora da travessia confere maior sentido ao texto, de forma que essa travessia se dá na construção de um espaço físico geográfico criado a partir da cadência e da perfeita seleção das palavras, que criam uma certa musicalidade, representando o universo mágico criado por Guimarães Rosa. Desta forma, realizar a travessia proposta no enredo significa perceber a complexidade do espaço geográfico e decifrar a linguagem poética empregada na obra.
           A ambiguidade também está presente na construção dos personagens que ora são maus e ora são bons, assim como todo ser humano, os personagens também precisam encontra dentro de si o seu próprio sertão. Neste sentido, vale lembrar que nada no livro é dito ou afirmado, mas deve ser subentendido durante a leitura, já que é justamente a incerteza e a dúvida que sustentam a narrativa do princípio ao fim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

        

Uma análise sobre Vestido de Noiva de Nelson  Rodrigues

      Olá visitante, seguidor, curioso... seja o que você for... sinta-se convidado a acessar este blog sempre que for de sua vontade.



    Hoje venho por meio desta publicação sanar a sua curiosidade e testar as minhas habilidades de escrita e conhecimento teórico em torno da literatura brasileira.

           Pela manhã tive a brilhante ideia de fuçar nas gavetas e por acaso encontrei o que seria o material ideal para esta postagem. Encontrei em meio aos meus pertences uma avaliação de Literatura Brasileira realizada no dia 09/09/2013, em que felizmente fui muito bem. Desta forma, logo senti vontade de escrever e comentar sobre o conteúdo da prova.

           Eu cursava o 4º ano e nos foi aplicado um teste, em que deveríamos tecer comentários sobre os conteúdos: "a poesia de João Cabral de Melo Neto; a poesia concreta; e Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. Como podíamos escolher na primeira parte da prova a questão que iríamos responder, dentre as que estavam lá, escolhi comentar sobre a presença dos três planos (da alucinação, da memória, da realidade) em Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, ressaltando o que predomina em cada um e como eles se relacionam na construção da peça.

            Então, atendendo a proposta acima, podemos dizer que a obra "Vestido de Noiva" de Nelson Rodrigues marca o início do teatro moderno no Brasil, pelo trato com a linguagem e sua forma inovadora, causando muita polêmica e grande revolução no cenário teatral brasileiro.
            A obra de Nelson Rodrigues é revolucionária e se destaca tanto pelo uso da linguagem, como também pelo fato de situar a peça e todos os fatos narrados no plano pscicológico da consciência e subconsciência da personagem Alaíde.
            Pode-se dizer que a obra se concretiza por meio de três planos: o da Alucinação. Da Memória e também o da Realidade. Todos esses planos se intercalam e se sobrepõem uns aos outros da mesma forma como se dão os pensamentos e a memória de Alaíde, construindo o espaço, no qual a narrativa se desenrola. Não há uma linearidade propriamente dita, pois o teatro segue assim como se dá o fluxo de consciência da personagem.
            No plano da Realidade, podemos ver que Alaíde está passando por um processo de mortificação, em estado de delírio. Assim, todos os fatos narrados acontecem na cabeça de Alaíde, que possui neste momento, uma mente em estado de desagregação. De acordo com o enredo, no plano da Realidade temos Alaíde sendo atropelada e no da Alucinação temos o encontro entre Alaíde e Madame Clessi. Já no plano da Memória, podemos observar as memórias de Alaíde que são fragmentadas.
          O enredo desta peça se desenvolve por meio da intercalação destes planos. É este manuseio atípico da ação que torna o “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues, uma peça altamente inovadora para a dramaturgia nacional.
Alaíde é aquela mulher que quer se reafirmar como mulher, roubando os namorados da irmã. É claramente notável a fragilidade desta personagem em realação aos ideias da época. Podemos dizer que Alaíde é bastante imatura e insegura e suas atitudes funcionam como uma válvula de escape da solidão e do vazio interior criado pela própria personagem. 
          Durante a peça, notamos que Alaíde é constantemente atormentada pela culpa e toda a repressão feminina da época torna ainda mais densa essa culpa que a personagem sente, pois naquele tempo a mulher só poderia atingir o sexo apenas sob duas formas, ou pelo casamento, ou pela prostituição. Diante disso, entendemos que para Alaíde o maior modelo de liberdade e transgressão se dá na figura de Madame Clessi, uma antiga prostituta de luxo, em quem Alaíde se espelha.
          Diante da complexidade do enredo, que se ocupa de mostrar as mazelas humanas, podemos dizer que o teatro de Nelson Rodrigues é altamente desafiador por não apresentar uma solução ao leitor ou espectador, mas ao contrário, esta obra provoca a serenidade do seu destinatário e o desestabiliza, ao passo que o obriga a prestar participação, pois a genealidade desta obra está no fato de ela ser interativa, ao passo que para se chegar a qualquer conclusão é necessário aceitar o desafio proposto pelo autor, decifrando o que propõe cada plano da consciência de Alaíde e preenchendo cada lacuna apresentada no texto com as próprias concepções e experiências de vida, já que esta é uma narrativa aberta e de cunho psicológico.